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Ruas de Marília

Rua Ataulfo Alves

Denominação de rua no Parque residencial Novo Horizonte. Se localiza entre a rua Altemar Dutra e Avenida Ary Barroso. Em 1942, as dificuldades financeiras e o desinteresse dos intérpretes em gravar suas músicas, fizeram com que ele gravasse, para o "Carnaval" e "Ai, que Saudades da Amélia" (com Mário Lago). A música foi feita a partir de três quadras que Mário Lago lhe dera. Ataulfo fez algumas alterações na letra original para adaptá-la. Mário Lago não gostou. A gravação contou com o acompanhamento do grupo Academia do Samba, um grupo organizado pelo compositor e com a abertura de Jacob do Bandolim. Foi um enorme sucesso. Três meses depois, Ataulfo voltaria a Odeon para nova gravação, agora com orquestra. Com Mário Lago comporia ainda "Atire a Primeira Pedra" (Carnaval de 1944) e "Capacho" e "Pra que Mais Felicidade" (1945). Criou o grupo Ataulfo Alves e suas Pastoras quando se definiu por interpretar ele mesmo suas canções. O nome foi sugestão de Pedro Caetano. Com Olga, Marilú e Alda, a primeira formação do grupo, lançou os sucessos "Inimigo do Samba" (com Jorge de Castro, 1943), "Todo Mundo Enlouqueceu" (comJorge de Castro), "Boêmio Sofre Mais" (com Floriano Belham, 1945) , "Vá Baixar Noutro Terreiro" (c/Raul Marques, 1945) e "Infidelidade" (c/ Américo Seixas, 1947). "Fim de Comédia" e "Errei, sim", foram gravadas na década de 1950 por Dalva de Oliveira, relatando o fim de seu casamento com Herivelto Martins. Em um show realizado na boate Casablanca, em 1954, lançou o samba" Pois é". Inspirado na música, Pancetti pintou um quadro e o ofereceu ao compositor. Em contrapartida, Ataulfo compôs, com J. Batista, a música "Lagoa Serena", em homenagem a Pancetti. Este fez outro quadro dedicado ao compositor, com o mesmo nome, "Lagoa Serena". A música "Pois é" só foi gravada em 1955, pela Sinter, por problemas de contrato com a Victor. Na Sinter, foi gravado o LP Ataulfo Alves e suas Pastoras (1956). No ano seguinte ele compôs "Vai, mas vai mesmo", gravada por Nora Ney, grande sucesso do Carnaval de 1958. "Meus tempos de Criança", composto ainda em 1957, no qual relembra sua infância e as pessoas que o influenciaram (Que saudades da professorinha/ Que me ensinou o bê-a-bá ...) mostra o lado nostálgico do compositor. Floripes Argenta de Souza era a professorinha. Uma bela e lírica canção. Em 1961 foi para a Europa, convidado por Humberto Teixeira, integrando uma caravana de divulgação da música popular brasileira. Interpretou "Mulata Assanhada" e na "Cadência do Samba". Um fato interessante ocorrido na excursão, narrado por Ataulfo: "Numa boate em Estocolmo entrei em cena sozinho, como estava ensaiado. Antes que começasse a falar, algumas vozes começaram a cantar: ‘Nunca vi fazer tanta exigência...’ Senti um nó na garganta, sem saber o que fazer. Aí lembrei-me de Chico Alves, que me dizia que nessas horas era bom se contrair todo e fazer figa. Assim que pude peguei o violão e comecei a cantar Amélia, com todos me acompanhando. Quando saí do palco, chorei de emoção" Ainda em 1961 fundou a ATA (Ataulfo Alves Edições) e editava suas próprias músicas. Data dessa época o fim de Ataulfo Alves e suas Pastoras, então já integradas por Nadir, Antonina, Geralda e Geraldina. Fez uma temporada no Top Club, no Rio de Janeiro, em 1964. Sentiu agravar-se uma úlcera no duodeno, mas voltou ao exterior em 1966 como representante do Brasil no I Festival de Arte Negra, em Dacar, Senegal. O surgimento da bossa-nova e do iê-iê-iê nacional foram assimilados por Ataulfo. De outro lado, os jovens gostavam de suas músicas. Assim, em 1967, veio um novo sucesso com Laranja Madura. Roberto Carlos gravou Ai, que Saudades da Amélia. E Ataulfo fez parceria com Carlos Imperial "Você passa e eu Acho Graça", "Você Não é Como as Flores" e sua última música, "Mandinga", foram feitas com Carlos Imperial, que concluiu "Mandinga", já que uma intervenção cirúrgica, em decorrência de sua úlcera, o impediu de terminar. Foi-se o grande sambista carioca, nascido em Minas. Clara Nunes, também nascida em Minas, gravou "Mandinga" e "Você passa e eu Acho Graça", pela Odeon. Os filhos de Ataulfo, Adeilton, o mais velho, e Ataulfo Alves Junior, o mais novo, disputaram a herança artística deixada pelo pai. Adeilton lembrava uma frase sempre repetida pelo pai: "Os filhos são como música: os mais velhos, mais estimados, os mais novos, mais mimados". E acompanhava o pai com passista-ritmista. Mas o lenço branco com o qual regia seu conjunto foi entregue simbolicamente pelo compositor a Ataulfo Júnior para que ele defendesse "o que é nosso, de geração em geração" . Era uma competição sadia, como diria Adeilton, o primeiro a alcançar sucesso com Esperanças Perdidas, lançada em um compacto, O Filho do Mestre. Vendeu mais de 100.000 cópias, interpretada pelos Originais do Samba. Uma das músicas, Herança, afirma: "Vi em sonho o seu ‘aceito’/ Vi em sonho que é direito/ Ocupar o seu lugar". Mais tarde Ataulfo Junior lançaria um LP cujo nome era uma sugestiva resposta: O Herdeiro Sou Eu. Na verdade, somos todos nós os privilegiados herdeiros da música de Ataulfo Alves. Fonte: Paulo Corrêa de Lara - Comissão de Registros Históricos Jornal do Comércio de 13/01/91. Decreto n. 4789/84




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