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Esgoto industrial coloca em risco estação de tratamento

Projeto de mais de R$ 80 milhões é ameaçado por alta concentração de ácido e gordura vinda de Distritos Industriais

A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Distrito Industrial, obra pública mais cara das últimas décadas, de pelo menos R$ 80 milhões, sofreria pane se hoje estivesse sendo colocada em funcionamento. É o que o Departamento de Água e Esgoto (DAE) vai extrair do relatório de efluentes sólidos que apontará elevado comprometimento do sistema de tratamento em razão do conteúdo de amostras dos resíduos lançados por indústrias da cidade no sistema.
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O laudo de laboratório a ser apresentado nos próximos dias, fruto de estudo conjunto entre DAE e Universidade Estadual Paulista (Unesp-Bauru), vai revelar que em três das amostras realizadas na última semana, de um total de oito pontos de coleta do esgoto industrial, é muito elevada a concentração de ácido e de gordura que chega aos interceptores. “A classificação dos resíduos coletados mostra que se a ETE estivesse em funcionamento entraria em pane, porque é muito elevada a presença de ácido e também é alta a concentração de gordura”, conta a responsável técnica pelo programa de tratamento de esgoto em Bauru, Nucimar Paes, da Divisão de Planejamento do DAE.

Mas não é somente a ETE que ficaria sob risco de colapso. As amostras retiradas de pontos estratégicos do despejo industrial na rede local apontam que a acidez é elevada (PH1) a ponto de comprometer também a manutenção dos interceptores. “Uma acidez como a apresentada nas amostras retiradas do esgoto que vem do Distrito Industrial I, por exemplo, gera corrosão acelerada do tubo e também provoca desestabilização do sistema da Estação de Tratamento, que teria o funcionamento da etapa micro-orgânica comprometida”, acrescenta Paes.

O estudo sobre o conteúdo do esgoto industrial foi uma solicitação da empresa contratada pelo DAE para entregar exatamente o projeto executivo da ETE, ou seja, o detalhamento final para a concorrência de mais de R$ 80 milhões que está sendo preparada pela autarquia.

O processo de tratamento de esgoto da futura estação estaria comprometido sem a classificação dos resíduos que, agora, está sendo realizada. “Coletamos amostras por três dias consecutivos, 24 horas por dia, em oito pontos. Na região da ponte do Mary Dota, que recebe esgoto do Distrito Industrial I, tivemos problemas com alta acidez, assim como no segundo ponto de coleta dentro da região do próprio Distrito. Já no Distrito III a concentração de sólido suspenso é altíssima, enquanto que o tolerável é de 10%. Isso se deu pela presença de muito material gorduroso, parecendo produto de origem de ingrediente alimentício junto com o esgoto”, ressalta a engenheira.

Para traduzir a linguagem especializada para o português popular, a “alta concentração de sólido suspenso” significa que o processo de tratamento de esgoto aceita que até 10% do conteúdo do esgoto coletado seja de material mais firme, concentrado, com o restante sendo líquido. Porém, imaginando um copo cheio de água suja, as amostras revelaram que todo o copo apresentou material denso. “É algo próximo de 100%, impraticável para tratar na ETE pelo sistema biológico (reator UASB) concebido para Bauru”, confirma a engenheira.

A solicitação das amostras foi realizada para trazer segurança à caracterização do processo de tratamento apontado nos últimos anos. O resultado será apresentado em audiência pública. Para não correr riscos em investimento tão elevado, o DAE terá, agora, de corrigir o descarte industrial, regulamentar o despejo do setor ou substituir o processo apontado até agora (o que envolveria rever custos e mudar o projeto final).



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Trabalho exige identificar a origem dos despejos


A carga poluidora que vem de parte da indústria bauruense é a que mais preocupa a empresa contratada, a ETEP Consultoria, para apresentar o projeto executivo da ETE. Os relatórios analíticos do afluente do esgoto bruto, com a posição da quantidade de poluição (DBO), ainda vão trazer diversos outros elementos, como quantidade de oxigênio e de sólidos suspensos.

A indicação preliminar é que os setores que atuam nas áreas de alimentos e de metais serão os primeiros a serem verificados. Segundo Nucimar Paes, a Divisão de Planejamento está encaminhando ao presidente da autarquia, Rafael Ribeiro, solicitações a serem adotadas para a correção dos problemas. Entre as ações estão a notificação de indústrias sobre o conteúdo do laudo e a necessidade de coleta de amostras dentro das unidades para a identificação específica da origem.

Mas o DAE avisa que as medidas não são de caráter punitivo, mas de interesse público para evitar desperdício do investimento milionário de recursos previstos no programa de tratamento de esgoto. “Vamos pedir a análise individual dos resíduos da indústria. Identificada a origem, o DAE vai, junto com orientações de órgãos como a Cetesb, apontar as correções necessárias. Outra medida será antecipar a regulamentação sobre o despejo do esgoto industrial. Sanados os problemas, o projeto não corre mais riscos e isso pode correr junto com o cronograma em andamento”, avalia Nucimar Paes.

Para que o calendário do projeto executivo, em execução, não seja prejudicado, o DAE espera que o setor industrial colabore com o acesso às instalações para a análise. “A indústria que for identificada como entre aquelas com despejo dos produtos levantados nas amostras será chamada a corrigir o processo de destinação dos resíduos ou a tratar seu próprio esgoto. É importante orientar que é um trabalho de proteção do sistema e de interesse de toda a cidade”, frisa Paes.

Depois da análise, a caracterização da carga poluidora também vai exigir a apresentação de projeto de lei à Câmara Municipal de Bauru para definir regras de destinação de esgoto industrial e critérios de tarifação para situações típicas. “Nos municípios onde já funciona o tratamento, paga um pouco mais quem tem carga poluidora acima do padrão residencial. Mas isso tem interferência apenas para carga pesada de produtos químicos e em grande concentração”, finaliza a engenheira.



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DAE licita mais R$ 11 milhões de interceptores


O Departamento de Água e Esgoto (DAE) abriu, anteontem, nova licitação para a segunda etapa de instalação de interceptores de esgoto na região da bacia do rio Bauru, com o objetivo de completar, em um ano, a programação de retirada de despejo “in natura” dos poluentes direto na área que percorre a área urbana.

A segunda etapa tem 7 mil metros de tubulação, sendo 415 metros de instalação não destrutível (com uso do equipamento conhecido como Tatuzão para perfurar o solo sem bloquear o trânsito). O valor orçado desta fase é de R$ 11,4 milhões. A obra ficaria mais barata, caso não fosse necessária a instalação subterrânea para manter o entroncamento ferroviário no Centro. Este trecho vai desde a confluência da avenida Nações Unidas com a Nuno de Assis até encontrar a avenida Comendador Martha.

“Com a segunda etapa, o planejamento do DAE é concluir a retirada da emissão dos poluentes de toda a região urbana, da Comendador até a saída da Nuno, em direção ao Distrito Industrial, onde estará, no futuro, sendo instalada a ETE. Vamos apresentar este cronograma, com a abertura da nova licitação, ao Ministério Público nos próximos dias”, conta a engenheira Nucimar Paes. O prazo de execução é de 12 meses, a partir da emissão da ordem de serviço.

Mas as obras dependem da conclusão da licitação. No processo da etapa I, no trecho a partir da quadra 18 da avenida Nuno de Assis em direção ao Distrito Industrial, a concorrência parou em medida judicial. A empresa Passareli conseguiu na Justiça anular a fase inicial da licitação.

O DAE não tem interesse em postergar o processo. A primeira razão é que a discussão é sobre especificação da capacidade técnica, item que foi superado pelo setor de planejamento. A segunda razão é que, acatar a liminar judicial significa levar adiante o processo para a fase de habilitação das empresas e, depois, da disputa do preço. A primeira etapa está orçada em R$ 19,454 milhões, para instalar tubos em uma extensão de 8 mil metros às margens da Nuno de Assis, sendo 1.032 metros com o Tatuzão (para impedir a destruição da alça da Rondon, na altura do trecho da saída para o Santa Luzia, por exemplo).

O Tatuzão é um equipamento que vai perfurando o solo em profundidade com capacidade para ir recebendo os tubos encravados sem necessidade de interdição. “É como se fosse uma máquina tatuzinho, uma técnica que algumas empresas desenvolvem para realizar obras desse tipo sem destruir nada”, contou Rafael Ribeiro.

As obras do tratamento de esgoto são custeadas por todos os bauruenses, que pagam o equivalente a 40 pontos percentuais a título de tarifa de esgoto para formar o caixa do Fundo de Tratamento de Esgoto (FTE). Atualmente, o fundo dispõe de quase R$ 40 milhões em caixa. As duas etapas dos interceptores do Rio Bauru vão consumir R$ 30 milhões. O DAE arrecada pouco mais de R$ 1 milhão/mês para o fundo.
Nélson Gonçalves Fonte: Jornal da Cidade - Bauru

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