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DIÁRIO mostra que São Paulo já foi terra de dinossauros

Descoberta de fóssil no Sul recoloca o Brasil no mapa do assunto. DIÁRIO mostra a rota dos dinossauros em todo o interior paulista

RAFAEL RIBEIRO
rafael.ribeiro@diariosp.com.br

Cerca de 240 milhões de anos. Essa é a idade do fóssil de predador achado em Dona Francisca (RS). O animal, chamado de Prestosuchus chiniquensis, é da era Triássica média, anterior aos dinossauros, parecia com um jacaré, pesava cerca de uma tonelada e tinha em média sete metros de comprimento e 1,5 de altura. A descoberta fez com que os animais pré-históricos voltassem a ser assunto entre a população. Mas museus e parques no interior paulista e paraibano mantêm esses animais pré-históricos vivos na nossa memória.

Em Monte Alto, a 350 quilômetros da capital, os primeiros fósseis de dinossauros foram encontrados em 1918. Sem estrutura na época, a cidade acabou mandando o material para a então capital federal, o Rio de Janeiro. A situação mudaria décadas depois. Professor de economia e procurador de Justiça na época, Antônio Celso de Arruda Campos, hoje com 75 anos, costumava caminhar pela área rural quando criança e sempre encontrou vestígios, como dentes. Em 1984, ele foi chamado por um fazendeiro para verificar um pedaço grande de osso.

Foi a primeira grande descoberta da cidade e o início de uma nova carreira para Campos. Orientados por paleontólogos profissionais, juntou uma equipe de pedreiros e demorou 16 dias para retirar o fóssil. Hoje eles se tornaram sua equipe e ele virou um dos maiores especialistas do assunto, mesmo sem formação acadêmica. Quase todas as descobertas em território paulista contam com sua colaboração. “Hoje, em três horas eu tiro um fóssil. Todo mundo procura a gente quando precisa. Eu costumo pesquisar a fundo, sempre foi assim. Por isso viramos referência”, disse o professor.

Tanta determinação gerou um museu. Contando com toda a infra-estrutura, a equipe continua realizando descobertas. A última delas foi em 2001, em General Jardim, a 484 quilômetros da capital, quando foram encontrados fósseis de uma nova espécie de réptil, o Baurusuchus. “O Oeste paulista, as cidades do Triângulo Mineiro e do Mato Grosso são regiões que estavam sobre rochas sedimentares, no período Cretáceo Superior, com idade variando de 65 a 85 milhões de anos”, justificou o paleontólogo Reinaldo Bertini, da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Essa é a idade aproximada também de muitos dos dinossauros que viveram em Sousa. A cidade do interior paraibano foi o primeiro sítio paleontológico do país. Preservado, acabou virando parque, contando até com pegadas dos bichos como atração. O interior gaúcho teve outra sedimentação, a mesma da Argentina, por isso seus fósseis são valiosos, de espécies ainda mais antigas de dinossauros.

A Unesp mantém um museu sobre o assunto em Rio Claro, a 175 quilômetros da capital. Marília, a 444 quilômetros, também abriu o seu. O de Uberaba (MG) é considerado o melhor de todos.

Museu viu auge nos anos 90
Sem mais espaço em casa para guardar os fósseis que coletava e ganhava, o professor Antônio Celso de Arruda Campos teve que pedir ajuda à Prefeitura. E ganhou, em 1992, o Museu de Paleontologia de Monte Alto. No início contou com ajuda dos paleontologistas da Unesp. Mas a parceria acabou em meados de 2000 por motivos injustificados.

“Existe uma briga por fronteira. Quando descobrimos um fóssil e trazemos para cá, temos muita dificuldade em mantê-lo. É como se estivéssemos roubando”, resumiu o professor.

Cerca de 60% dos paleontologistas no Brasil são amadores, segundo Campos, o que aumenta o atrito com os acadêmicos. Boa parte deles foram “formados” pelas mãos dele. Como Clednei Francisco, de 41 anos. Pedreiro nos anos 1980, acabou especialista após ajudar o professor com as retiradas de fósseis. Hoje, seus métodos e equipamentos são reconhecidos internacionalmente. E ele ainda aproveita para fazer apresentações temáticas para crianças, oficinas para interessados no tema e réplicas de brinquedos dos animais. “Já fiz até exposições em outros estados”, apontou.

A movimentação que não é a mesma. Apesar de ainda atrair paleontólogos de outros países, o museu relembra com saudade o ano de 1993, ano em que foi lançado o filme “Jurassic Park”, de Steven Spielberg, responsável por criar uma mania nunca vista antes por dinossauros no mundo. “Isso aqui vivia cheio naquele ano, tínhamos 45 mil visitas por mês, um recorde”, disse Francisco.

Ferrovia fez ‘surgir’ fósseis
Foi com o avanço da ferrovia que os primeiros restos fossilizados de dinossauros foram descobertos no início do século passado no interior do estado. Além disso, cortes para implantação de rodovias também resultaram em muitos achados significativos para a ciência. Mas, na região de Marília, a 444 quilômetros da capital, só em 1993 é que foram formalmente identificados os primeiros fósseis pertencentes a um dinossauro herbívoro, o titanossauro.

Os achados no centro-oeste paulista são fruto do trabalho pioneiro do pesquisador William Nava, que em 1989 começou a buscar fósseis. Na paleontologia ele realizou o sonho de ser cientista. Os primeiros vestígios do Mariliasuchus amarali surgiram em 1995.

“Medindo até um metro de comprimento, o réptil com características de crocodilo possuía crânio e rosto altos, hábitos terrestres e dieta alimentar bastante variada: herbívora, onívora, carnívora e eventualmente necrófaga”, explicou o paleontólogo. O animal teria vivido há pelo menos 70 milhões de anos.

Ano passado, novos fósseis foram descobertos por Nava em uma área rural. Ele acredita se tratar de um titanossauro. O herbívoro pode ter alcançado 15 metros de comprimento, 5 de altura e cerca de 10 toneladas. O pesquisador encontrou parte da região pélvica, vértebras caudais e dorsais do animal, mas há estimativa que grande parte do esqueleto esteja lá. “Minha expectativa é encontrar o crânio sob as camadas de arenito. Seria um feito inédito no país, já que é a primeira parte a se desarticular do restante do corpo e se perder”, afirmou.

Fonte: Diário de São Paulo

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