Se o analfabetismo por si só já é uma grande preocupação, a sua discrepância quando se avalia a situação por gênero é maior ainda. Segundo o 3º relatório global sobre Aprendizagem e Educação de Adultos feito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), 63% dos adultos com baixa alfabetização são mulheres.
Segundo o levantamento, que foi publicado em fevereiro, a desigualdade de gêneros na educação ainda é um problema enfrentado pelos governos. De acordo com o órgão, a maioria dos excluídos são meninas. 9,7% delas estão fora da escola, contra 8,3% dos meninos. Em 2016, em umlevantamento sobre a desigualdade de gênero na educação, a Unesco já havia informado que 16 milhões de meninas entre 6 a 11 anos jamais iram a escola, um número duas vezes maior do que os meninos na mesma faixa etária.
O estudo estima que 758 milhões de adultos hoje não sabem ler ou escrever uma frase simples. Cerca de dois em cada três que possuem essa dificuldade são mulheres. Para o órgão, o combate à desigualdade na educação entre homens e mulheres deve ser uma das principais metas dos governos, uma vez que a educação de mulheres e meninas têm impacto direto na da família como um todo.
Vale lembrar que nesse mesmo relatório a Unesco apontou quedos 139 países envolvidos no programa Educação Para Todos, apenas 39 – o que representa 28% – cumpriram o acordo de reduzir o analfabetismo. O Brasil faz parte dos que não conseguiram alcançar a meta.
