Projetos, fotos, reproduções em desenhos de trabalhos arquitetônicos que remontam à décadas de 40, 50. Prédios e residências que levaram a assinatura do engenheiro arquiteto Miguel Souza e Silva; o primeiro arquiteto da Alta Paulista.
Formado na escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, foi companheiro de turma de Oscar Niemeyer. Formou-se em 1933 e em 1942 veio para Marília. Ao todo foram pouco mais de 30 anos de trabalho e cerca de duas mil obras, entre elas a reforma da Praça Maria Isabel, o projeto do Marília Tênis Clube (que não saiu do papel), o Ginásio São Bento e a casa de um dos pioneiros de Marília, Eurípides Soares da Rocha, cujo Centro Universitário Eurípides – Univem, leva o seu nome. As casas em estilo mexicano, a inovação das rampas e paredes revestidas em pedra foram características do arquiteto.
Todo esse acervo está em exposição do Espaço Cultural do Univem e pode ser conferido até dia 20, quinta-feira, com entrada aberta ao público. A mostra é realizada pelo Centro Universitário, por meio do Instituto Superior de Tecnologia (IST), coordenado pelo professor Eduardo Rino em parceria com a Comissão de Registros Históricos da Câmara Municipal de Marília.
Segundo o filho do arquiteto, Miguel Sampaio, que reproduziu, através de fotos, construções assinadas por seu pai e que já foram demolidas, o objetivo dessa mostra itinerante é preservar a memória histórica através de uma arquitetura pioneira, onde o processo de criação era todo desenvolvido manualmente. “É importante mostrar principalmente para os futuros profissionais que a primeira coisa é a ideia, o estudo da obra. É no papel que o projeto se desenvolve. Isso não muda. Hoje, diante de tanta tecnologia, o processo de criação ficou corrompido”, afirmou.
Na avaliação do coordenador geral do Instituto Superior de Tecnologia, professor Eduardo Rino “uma cidade que não resgata sua história, não tem futuro”. A exposição contempla os alunos e a comunidade com um pouco dessa história, onde é possível conhecer como os projetos era elaborados. “Nós ainda dependemos muito do passado para construirmos um presente sólido”, ressaltou.
Presente a abertura, a Pró-reitora do Univem, Profª Drª Raquel Ferraroni Sanches destacou a importância da evento como caminho para o conhecimento. “Uma mostra como essa resgata o que é um profissional diferenciado para o mundo. A importância de enxergar o que ainda não está construído. São obras que perduram no tempo e compõe a história da cidade”, concluiu.