O resultado ficou um pouco acima do esperado pela média do mercado, mas ainda representa desaceleração se comparado ao crescimento de 2,7% observado nos primeiros três meses deste ano.
Crescimento semestral de 8,9% foi o melhor desempenho histórico para um semestre desde o início da série, em 1996O crescimento ficou acima das expectativas do mercado e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que, no início da semana, disse que estimava que o Brasil tivesse crescido entre 0,5% e 1% no segundo trimestre.
Na comparação com o segundo trimestre de 2009, o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país, cresceu 8,8%.
O 2º trimestre foi marcado pela retirada dos estímulos fiscais que haviam sido adotados pelo governo para estimular a economia no pós-crise.
Para o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, os dados do PIB confirmam o diagnóstico da autoridade monetária de que a economia brasileira se "desloca para uma trajetória mais condizente com o equilíbrio de longo prazo".
Variações do Produto Interno Bruto brasileiro (Foto: Editoria de Arte/G1)“Se o ano tivesse terminado agora, o PIB teria crescido 5,1%”, disse Rebeca Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.
Recorde semestral
No semestre, de janeiro a junho, o PIB cresceu 8,9% em relação ao mesmo período de 2009. De acordo com o IBGE, esse foi o melhor desempenho histórico para um semestre desde o início da série, em 1996.
No último boletim Focus, divulgado no início desta semana, o mercado financeiro havia reduzido sua previsão para o crescimento do PIB deste ano para 7,09%. Para 2011, a previsão de crescimento econômico do mercado financeiro permaneceu em 4,5%.
Em comparação ao 1º trimestre
Em relação ao primeiro trimestre deste ano, a agropecuária apresentou o maior destaque, registrando crescimento de 2,1%, seguida pela indústria (1,9%) e pelos serviços (1,2%).
Ainda na comparação com o primeiro trimestre deste ano, houve expansão nos investimentos planejados no país, medidos pela formação bruta de capital fixo, que foi de 2,4% no segundo trimestre deste ano.
A despesa de consumo das famílias cresceu 0,8%, enquanto a despesa de consumo da Administração pública cresceu 2,1%. No setor externo, cresceram tanto as exportações (1,0%) quanto as importações de bens e serviços (4,4%).
“O consumo das famílias em relação ao último trimestre desacelerou, já que, nesse período, tinham acabado os incentivos fiscais da linha branca e dos automóveis. Mas, o consumo das famílias continua crescendo”, disse a gerente. Variação do PIB de vários países no 2º trimestre em relação ao trimestre anterior (Foto: Editoria de Arte/G1)Em relação ao 2º trimestre de 2009
Já em relação ao segundo trimestre de 2009, o destaque ficou com a indústria, que registrou crescimento de 13,8%, seguida pela agropecuária (11,4%) e pelos serviços (5,6%).
Todas as atividades industriais apresentaram crescimento de dois dígitos. Segundo o IBGE, a maior expansão foi observada na construção civil (16,4%) devido, principalmente, à expansão do crédito direcionado. Houve ainda um aumento de 14,1% na extrativa mineral, seguida pela indústria de transformação (13,8%) e por eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (10,8%).
A expansão da taxa da agropecuária é justificada, principalmente, segundo o IBGE, pelo aumento da produtividade e pelo desempenho de alguns produtos da lavoura, como soja, café, milho e algodão.
“A taxa agropecuária é a maior desde do quarto trimestre de 2006, que foi de 12,5%. A única cultura que está com projeção de queda neste trimestre é a do arroz”, disse a gerente.
De acordo com o IBGE, entre os serviços, todas as atividades pesquisadas apresentaram crescimento. O maior foi observado no comércio atacadista e varejista, que teve expansão de 11,8%; transporte, armazenagem e correio (11,2%); e intermediação financeira e seguros (9,8%).
Ainda no confronto com o segundo trimestre de 2009, entre os componentes da demanda interna, o consumo das famílias cresceu 6,7%, a 27ª variação positiva consecutiva nessa comparação, de acordo com o IBGE.
No período, as exportações tiveram expansão de 7,3% e as importações de bens e serviços apresentaram crescimento de 38,8%.
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