1619 1106 1428 1349 1853 1735 1136 1171 1864 1587 1374 1894 1688 1611 1366 1800 1190 1475 1084 1137 1179 1592 1422 1705 1645 1257 1494 1552 1123 1924 1065 1819 1183 1593 1101 1688 1039 1337 1439 1468 1293 1941 1594 1801 1793 1674 1684 1994 1622 1183 1476 1476 1216 1513 1568 1381 1599 1250 1687 1255 1744 1794 1114 1885 1062 1748 1236 1258 1024 1442 1220 1648 1885 1578 1818 1814 1556 1997 1286 1335 1593 1571 1442 1074 1306 1230 1839 1752 1001 1101 1060 1655 1340 1779 1156 1470 1831 1720 1186 UNIVEM - Curso ruim atrai vestibulando pelo bolso
Webmail
Voltar ao início



 
Pesquisa | por tema

O conteúdo desta página requer uma versão mais recente do Adobe Flash Player.

Obter Adobe Flash player

home Home | noticias


Curso ruim atrai vestibulando pelo bolso

Qualidade não é levada em consideração

18/10/2010 - Faculdades privadas de Administração e Direito reprovadas em exame federal tiveram aumento de candidatos a vaga.

É o que conclui estudo de ex-reitor da USP; educadores concordam que a qualidade pesa menos na escolha.

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

RAPHAEL MARCHIORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando escolheu cursar Direito na Unip, Leandro Gomes da Silva, 23, considerou o valor da mensalidade e a proximidade do campus com seu trabalho, na zona sul de São Paulo. Nem sabia que o curso tinha nota baixa no exame federal de qualidade. "A mensalidade de R$ 600 está dentro do meu orçamento, ao contrário de outras universidades consideradas tops. O brasileiro, pela condição social, pensa primeiramente nos custos para depois pensar na qualidade."

O caso de Leandro, que deixou as notas do curso em segundo plano no momento de escolher a faculdade, está mais para regra do que para exceção, de acordo com estudo do pesquisador Roberto Leal Lobo, ex-reitor da USP e presidente do Instituto Lobo.

Ele verificou que os cursos particulares de Administração e Direito reprovados no exame federal (notas 1 ou 2 no Enade) tiveram aumento de candidatos no vestibular.

Os crescimentos foram de, respectivamente, 45% e 2% entre 2006 e 2008, mesmo após a divulgação das avaliações federais de qualidade.

As universidades particulares com fins lucrativos costumam ter mensalidades mais baixas que as comunitárias, que reúnem as PUCs, por exemplo. Estas, em geral, investem mais em professores. Elas chegaram a perder candidatos no período.

Áreas com mais matrículas no país, Administração e Direito foram avaliadas pela primeira vez em 2006 no atual formato do exame. "O maior atrativo aos estudantes menos preparados é ainda, infelizmente, o valor da mensalidade", diz Lobo. A ideia do Ministério da Educação é que a divulgação dos resultados pode diminuir a procura por escolas mal avaliadas. O governo federal criticou o estudo.

PREÇO É TUDO
Já três educadores ouvidos pela Folha concordam que a qualidade ainda não é primordial na hora da escolha. "As avaliações têm algum impacto, mas, sem recursos, é difícil para o estudante escolher", afirma o presidente do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), Simon Schwartzman. "O raciocínio é: se o curso continua aberto é porque não há problema", diz o vice-presidente da Anped (associação de pesquisadores em educação), João Oliveira. "Não podemos esquecer ainda que as instituições privadas fazem propaganda destacando um aspecto que pode evidenciar qualidade."

Para o docente da USP Romualdo Portela, "quem sabe o que é Enade ou IGC?" -ele cita exames que avaliam, respectivamente, os cursos e a instituição como um todo. "Como hipótese, é possível que o resultado tenha impacto. Mas não há evidência que isso esteja ocorrendo."

MEC afirma que há distorções em estudo

Levantamento oficial, que leva em conta matrículas e não inscrições em vestibular, chegou a outra conclusão. Segundo o governo, qualidade de cursos avaliados influencia, sim, na escolha de estudantes brasileiros

DE SÃO PAULO

O Ministério da Educação discordou dos critérios usados pelo pesquisador Roberto Lobo. A pasta classificou o estudo como "muito ruim". No mês passado, a pasta finalizou estudo interno, publicado pela Folha, cujo resultado diverge do trabalho atual. A conclusão foi que indicadores de qualidade influenciam os estudantes.

Os dados mostraram que caiu o número de alunos em instituições mal avaliadas.
Os dois estudos utilizaram metodologias diferentes. Um dos principais pontos foi que o ministério considerou matrículas. Para a pasta, o indicador é melhor por examinar quem efetivamente entrou no curso.

O ex-reitor da USP diz que há distorção nessa lógica, pois um aluno pode ter se matriculado antes da divulgação da nota do curso. Ou seja, ele poderia não saber se o curso era bom ou ruim.

Lobo preferiu usar o número de vestibulandos que disputaram esses cursos. A vantagem, afirma, é poder avaliar a procura pelo curso após a divulgação da sua avaliação de qualidade. O problema, defende o MEC, é que o indicador é impreciso, pois a mesma pessoa pode se inscrever em diversos vestibulares. A reportagem enviou as conclusões dos estudos a três pesquisadores. Todos entenderam que, para os alunos, o valor da mensalidade tem mais peso que as notas dos cursos.

UNIVERSIDADES
Segundo a Unip, "o aluno até pode entrar na Unip porque é barato, mas não ficaria até o final se não fosse boa". A Uniban diz que a avaliação prejudica quem tem visão diferente da formação dos alunos - e negou haver problemas no campus Tatuapé.

"Não é só o aluno que faz a escola", diz estudante

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Patrícia Pinto de Azevedo, 27, 2º ano de Direito da Uniban, no campus Tatuapé, diz que sua escolha levou em conta apenas o dinheiro. "Acredito que ninguém que esteja no campus Tatuapé da Uniban tenha a qualidade dos cursos como principal motivo de escolha", afirma a estudante. "Essa história de que quem faz a faculdade é o aluno é balela. Bons alunos também precisam de bons professores e uma estrutura adequada para desenvolver seus potenciais", diz ela. "Posso dizer que hoje teria prestado mais atenção no resultado de exames como o Enade", completa.
Fonte: Folha de São Paulo

 

voltar

Últimos eventos | imagens