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Cidade do litoral Pernambucano ganha fama de cidade do emprego

Em 2010 seu investimento foi de R$ 35 bi e 16 mil vagas criadas

Quem sonha em trabalhar em um lugar com praias paradisíacas, muitas vagas de emprego sobrando e perspectiva de crescimento profissional precisa conhecer Ipojuca, cidade de 80,5 mil habitantes localizada a menos de uma hora do Recife.   O município foi um dos destaques em geração de vagas de trabalho formal em 2010 e em dezembro do mesmo ano. De acordo com dados do Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho, a cidade pernambucana criou 1.376 postos com carteira de trabalho no mês passado, o que a deixou em 3º lugar no ranking do ministério. Em todo o ano passado, foram 16.413 vagas, levando Ipojuca ao 19º lugar da lista, atrás apenas de capitais e das cidades de Campinas, Guarulhos e São Bernardo do Campo, todas no estado de São Paulo.

Para acompanhar de perto a transformação econômica que acontece na região, a reportagem do G1 foi até Ipojuca na semana passada e passou alguns dias conhecendo a economia e a vida da cidade: visitou obras, bairros e comércio, conversou com moradores e visitantes, empresários e funcionários, autoridades e trabalhadores que se formaram nas lavouras de cana.

O balanço da viagem é um cenário de contrastes entre a promessa de um futuro de riqueza  para todos e uma realidade que ainda deixa muito a desejar. As evidências das oportunidades de crescimento e da falta de mão-de-obra estão por todos os cantos da cidade: atraem não só profissionais de outros estados do país como fazem empresas irem até o Japão para recrutar dekasseguis de volta ao Brasil.  

Os investimentos bilionários impulsionam o comércio e despertam o interesse de grandes redes. Até 2006, por exemplo, não havia agências do Itaú, Bradesco e Banco do Brasil.

Por outro lado, Ipojuca ainda enfrenta precariedade em muitos setores. Falta moradia, saneamento e educação para a maioria da população, que luta para se qualificar e fazer parte dos milhares de contratados pelas mais de 100 empresas chegaram para se instalar no Complexo Industrial Portuário de Suape, área de 13,5 mil hectares que se divide entre as cidades de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho.

Antes do "boom" de empregos, o atrativo mais notório da cidade era turístico: a famosa praia de Porto de Galinhas é um distrito de Ipojuca e fica a poucos quilômetros de distância da cidade-sede.  

Somados, todos os investimentos privados que estão em fase de implantação em Suape desde 2007 chegam a R$ 35,4 bilhões (US$ 21 bilhões), valor que corresponde a quase seis vezes o Produto Interno Bruto (PIB) de todo o município de Ipojuca em 2008.

No total, são 44,5 mil empregos diretos e indiretos gerados somente pelos projetos principais, chamados de estruturadores: a Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras; as três fábricas da Petroquímica Suape; o Estaleiro Atlântico Sul; a siderúrgica CSS e a fábrica da Fiat. As duas últimas foram anunciadas no ano passado e devem ter as obras iniciadas ainda no primeiro trimestre.

Sacrifício e futuro
Andreia Lisângela, 31 anos, ex-doméstica, começou a trabalhar em Suape em 2007 - quando o estaleiro EAS ainda era "um monte de tendas" - por meio de uma ação da prefeitura que aplicou reforço escolar para os alunos do ensino médio e, então, selecionou os que tiveram melhor desempenho.

Agarrou a oportunidade de entrar na empresa, fez um curso básico de eletricista e não parou mais. Sacrificou a convivência com o marido e os filhos para se qualificar e ter pela primeira vez na vida a oportunidade de crescer profissionalmente e planejar uma carreira.

"Passei um ano e meio trabalhando de segunda a sexta aqui e fazendo curto técnico das 7h30 às 17h30 , sábado e domingo. Tinha vida social? Não. Tinha vida familiar? Não. Optei em abrir mão daquilo por um certo tempo naquele momento para pegar um benefício mais na frente", afirma.

Diz que, no começo, precisou de muita persistência para não desistir do trabalho em meio ao calor, serviços pesados e a convivência em um ambiente predominantemente masculino. "Quanto entrei aqui minha mala pesava uns 30 kg, a gente andava muito e só tinha eu de mulher. Um dia um (colega) bateu no meu ombro bem forte um dia e disse: ´ei, quer ganhar que nem homem? Então trabalha que nem homem´. Aquilo me fez como se eu tivesse engasgado. Olhei para o lado e pensei: onde é que me enfiei?", diz.

Ela brinca que foi nessa época que decidiu que iria ganhar mais do que os colegas homens. Brincadeira ou não, Andreia é hoje responsável pela logística de todos os equipamentos de manutenção hidráulica, elétrica e mecânica, e tem vários homens sob sua chefia. "Eu ainda vejo horizonte para crescer na frente".

De canavieiros a operários
"Nós somos um município de região canavieira e passamos a ser um município industrial e com um pólo turístico já consolidado muito movimentado", afirmou ao G1 o prefeito do município de Ipojuca, Pedro Serafim (PDT), que diz que a arrecadação do município cresceu de R$ 330 milhões em 2007 para R$ 410 milhões em 2010.

Idealizado nos anos 60 para reunir fábricas, fornecedores e porto em uma mesma área, o complexo de Suape saiu do papel nos anos 70 e só a partir de 2007 deixou de ter o Porto de Suape como protagonista para ter uma concentração expressiva de empresas de setores variados.

Outros projetos na região aquecem ainda mais a economia: começaram as obras da Cidade da Copa”, projeto que prevê a construção de um estádio com 129.581 m² de área construída e capacidade para 46.154 torcedores, em São Lourenço da Mata, a 60 km de Ipojuca, além um centro comercial, hotéis e outros investimentos privados que, somados, chegam a um R$ 1,6 bilhão.

Moradia e qualificação

Serafim estima que, em 10 a 15 anos, Ipojuca ultrapasse 400 mil habitantes. Para isso, está tentando organizar a cidade para tantos novos moradores: está desapropriando terrenos para construir casas populares e buscando parcerias com o setor privado.

Os novos projetos precisam obrigatoriamente incluir saneamento básico e terrenos loteados e regularizados. Isso porque, segundo o prefeito, a maior parte das casas de Ipojuca não tem registro.

"O caminho sem dúvida é buscar parceria com o setor privado, porque é menos burocratizado. Agregando as coisas fluem mais rápido, porque a necessidade nossa é o tempo", diz ele, que já teve que revisar o plano diretor elaborado em sua própria gestão. A previsão é o de entregar  2,5 mil casas populares com recursos da prefeitura até 2014; a necessidade, estima, é de pelo menos 5 mil casas.

Um exemplo de bairro privado é a Reserva do Paiva, condomínio de casas de alto padrão construído pela Odebrecht em uma área de 526 hectares. Além do condomínio que já está pronto e vendido, a segunda fase do projeto prevê prédios empresariais e até um hotel de negócios.

O projeto serve de inspiração, mas, segundo o prefeito, o mais urgente é viabilizar opções baratas para atender a maior parte dos ipojuquenses. "Buscaremos parcerias para fazer residenciais mais populares e desafogar as áreas irregulares", diz o prefeito Serafim.

Para o prefeito, o principal desafio é garantir qualificação para que os ipojuquenses possam também estar entre os contratados para as muitas vagas técnicas como soldador, montador e operários de construção civil disponíveis no momento.

Conforme dados da prefeitura, havia entre 200 e 300 habitantes locais empregados em Suape em 2005. "Hoje, são mais de 5 mil", diz Serafim.   Fonte: Portal G1 / Economia 

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